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LETRAS

1.CORAÇÃO ILHÉU

Carlos Alberto Moniz/Fernando Gomes dos Santos

Nasci no meio do mar,

O meu berço foi a espuma.

Aprendi cedo a escutar

O ritmo das marés, o som da bruma.

 

Fui crescendo em compassos de aventura,

O olhar enlaçado ao horizonte.

Inventei melodias de ternura,

Fiz da música uma ponte.

 

REFRÃO:

 

Atravessei oceanos

A dar ao mundo canções,

Embarquei em desenganos

Mas não renunciei a ter paixões.

 

Pisei cada continente,

Andei longe do meu céu,

Mas cantei a minha gente

Porque o meu coração

Sempre foi ilhéu

Das ilhas de verdes prados

E encantos que a luz descerra,

Trouxe os sonhos embalados

Por chamarritas e violas da terra.

 

Descobri, em cada nota, a cor da vida,

A canção a tornar-se pão e vinho

De utopia ao peito e voz erguida,

Fiz da música o caminho.

 

REFRÃO

 

Atravessei oceanos

A dar ao mundo canções,

Embarquei em desenganos

Mas não renunciei a ter paixões.

 

Pisei cada continente,

Andei longe do meu céu,

Mas cantei a minha gente

Porque o meu coração

Sempre foi ilhéu

 

Nas asas do Espírito Santo,

De alma cheia a navegar.

Sei que onde for o meu canto,

Não faltarão poemas p’ra cantar

 

Cantigas

Poemas

Cantigas de marear.

4.NA ESTRADA PARA O FUNCHAL

Carlos Alberto Moniz/Avelino Gualdino Rodrigues

 

REFRÃO

 

Um dia ouvi contar

ateámos uma fogueira

com água das levadas

na lombada,

na lombada da Ponte do Sol

 

Um dia ouvi contar

ateámos uma fogueira

com água das levadas

na lombada,

na lombada da Ponte do Sol

A casa arde vazia

a sarja arde na chuva

o verão queimou as uvas

e sai um barco p'ra América

 

Passa ribeira esquecida

arde um cesto na soleira

mãos de vimes camacheiras

e vai um vilão

na estrada para o Funchal

 

REFRÃO

 

A manhã arde no corpo

o leite seca na erva

um homem aqui é meio vivo meio morto

e vai sangue nas levadas

 

O caixão arde nos ombros

e um lenço sobre os olhos

cega a morte nos escombros

e vai um vilão

na estrada para o Funchal

 

REFRÃO

7.ROSALINDA

Fausto Bordalo Dias

 

REFRÃO

 

Rosalinda

Se tu fores à praia

Se tu fores ver o mar

Cuidado não te descaia

O teu pé de catraia

Em óleo sujo à beira-mar

 

A branca areia de ontem

Está cheiinha de alcatrão

As dunas de vento batidas

São de plástico e carvão

E cheiram mal como avenidas

Vieram para aqui fugidas

A lama a putrefacção

As aves já voam feridas

E outras caem ao chão

 

Mas na verdade Rosalinda

Nas fábricas que ali vês

O operário respira ainda

Envenenado a desmaiar

O que mais há desta aridez

Pois os que mandam no mundo

Só vivem querendo ganhar

Mesmo matando aquele

Que morrendo vive a trabalhar

Tem cuidado...

Em Ferrel lá p'ra Peniche

Vão fazer uma central

Que para alguns é nuclear

Mas para muitos é mortal

Os peixes hão-de vir à mão

Um doente outro sem vida

Não tem vida o pescador

Morre o sável e o salmão

Isto é civilização

Assim falou um senhor

Tem cuidado

 

REFRÃO

10.NEM SEMPRE O MAR

Carlos Alberto Moniz/Liliana Lima

 

Nem sempre o mar é navegável

Por ondas não nos deixam velejar

Nem sempre, não, nem sempre o ar é respirável

Hoje máscaras são mesmo para usar

 

Nem sempre o sol se põe num céu cor-de-rosa

Por vezes nem se vê, à noite, a lua

Nem sempre a poesia se confunde com a prosa

Tanta palavra publicada completamente nua

 

Não, nem todas as tónicas estão certas

Ou se juntam, no copo do gin

Por vezes a voz arranha as arestas

Duma canção que se afina assim-assim

 

Nem sempre as casas são salas abertas

Com espaços amplos para todos os gostos

Por vezes os sofás são vestidos com cobertas

E o cansaço reflecte-se nos rostos

 

Nem sempre o mar se mostra amigável

Embalando os navios em que vamos zarpar

Às vezes o mundo é, ele mesmo, inenarrável

E a nós, resta-nos não nos deixar desequilibrar

 

Nem sempre o mar, nem sem mar

13.ILHAS DE BRUMA

Manuel de Medeiros Ferreira

 

Ainda sinto os pés no terreiro

Onde os meus avós bailavam o pezinho

A bela Aurora e a Sapateia

É que nas veias corre-me basalto negro

E na lembrança vulcões e terramotos

 

REFRÃO

 

Por isso é que eu sou das ilhas de bruma

Onde as gaivotas vão beijar a terra

Por isso é que eu sou das ilhas de bruma

Onde as gaivotas vão beijar a terra

Se no falar trago a dolência das ondas

O olhar é a doçura das lagoas

É que trago a ternura das hortênsias

No coração a ardência das caldeiras.

 

REFRÃO

 

Trago o roxo, a saudade, esta amargura

Só o vento ecoa mundos na lonjura

Mas trago o mar imenso no meu peito

E tanto verde a indicar-me a esperança.

 

REFRÃO

 

É que nas veias corre-me basalto negro

No coração a ardência das caldeiras

O mar imenso me enche a alma

E tenho verde, tanto verde a dar-me a esperança.

 

REFRÃO

16.POMBA BRANCA

Maximiano de Sousa (Max) e Vasco Luis de Lima Ferreira Couto
 

REFRÃO

Pomba branca, pomba branca

Já perdi o teu voar

Naquela terra distante

Toda coberta pelo mar

Pomba branca, pomba branca

Já perdi o teu voar

Naquela terra distante

Toda coberta pelo mar

Fui criança e andei descalço

Porque a terra me aquecia

E eram longos os meus olhos

Quando a noite adormecia

Vinham barcos dos países

E eu sorria a Deus, sonhei

Traziam roupas, felizes

As crianças dos países

Nesses barcos a chegar
 

REFRÃO

Depois mais tarde ao perder-me

Por ruas de outras cidades

Cantei meu amor ao vento

Porque sentia saudades

Saudades do meu lugar

Do primeiro amor da vida

Desse instante a aproximar

Dos campos do meu lugar

À chegada e à partida
 

REFRÃO

2.O DIA DO MAR

Fernando Tordo

 

O mar, não tem marés a medir

 

O mar

Que tudo junta tudo separando

Que todos vai trazendo e vai levando

Com vários planos

 

O mar

Sustenta a infindável aventura

Das ilhas que nele andam à procura

dos seus oceanos

 

O mar, não tem marés a medir

 

REFRÃO:

 

O mar começa o seu dia

em Santa Maria da boa viagem

Alarga para São Miguel

ajeita o farnel e segue com a aragem

Arrima para a Terceira

arranja maneira de molhar o bico

Na Graciosa dá beijos

acalma os desejos e ala!

Para o Pico

 

Aí conversa primeiro

com um baleeiro do Dias de Melo

Engrossa-se a meio canal

sorri para o Faial que dá gosto vê-lo

São Jorge pára nas Velas e

faz um coral com nove cagarras

Nas flores cumprimenta o povo

encosta-se ao Corvo

E estende as amarras

 

O mar, não tem marés a medir

 

O mar

O sem razão mais forte deste mundo

Talvez por não pensar e ser profundo

O nosso mar

 

O mar

Enorme qualidade de estar perto

Imensa negação do que é deserto

Neste cantar.

 

O mar não tem marés a medir

 

REFRÃO

5.MARIAZINHA

José Mário Branco

 

Mariazinha, deita os olhos p’ró mar

Pela tardinha, quando a noite espreitar

E no verde das águas sem fundo

Já se perde da esperança do mundo,

a afundar, a afundar,

 

Mariazinha, deita os olhos p’ró mar

Tão pequenina, sem saber que pensar

Vê a roda do mundo girando

E os navios ao longe passando,

sem parar, sem parar,

 

Mariazinha, deita os olhos p’ró mar

Tão quietinha, a chorar, a chorar

Uma fonte de sangue no peito

Uma sombra na boca e um trejeito

no olhar, sem parar,

 

Mariazinha, deita os olhos p’ró mar

Tão caladinha, a chamar, a chamar

Vai pro fundo da noite fria

Numa barca de rendas, vazia,

a afundar, sem parar,

 

Mariazinha,

com rendas de algas tapada

Tão quietinha,

no fundo do mar pousada

8.TEU CORPO SABE A MARÉ

José Cid/Maria Manuel Cid

 

Teu corpo sabe a maré,

Maré e vento salgado,

É vela duma galé

À qual eu estou condenado

Teu corpo sabe a maré,

Maré e vento salgado.

É vela duma galé

À qual eu estou condenado

 

Teu corpo sabe a maré

A minha vida a teu lado

Dizem que pura não é

Dizem que sabe a pecado

Dizem que cheira a maré

É onda de mar salgado

Teu corpo sabe a maré

A minha vida a teu lado

Dizem que pura não é

 

Teu corpo sabe a maré

 

O Teu amor e ventania

Teus beijos são tempestade,

Teu riso é onda bravia

Que parte e deixa saudade.

O teu amor é ventania

Teus beijos são tempestade...

Teu riso é onda bravia

Que parte e deixa saudade.

 

Teu corpo sabe a maré,

Maré e vento salgado,

É vela duma galé

À qual eu estou condenado

Teu corpo sabe a maré,

Maré e vento salgado.

É vela duma galé

À qual eu estou condenado

 

Teu corpo sabe a maré

11.CHAMATEIA

Luis Alberto Bettencourt/António Melo e Souso

 

No berço que a ilha encerra

Bebo as rimas deste canto

No mar alto desta terra

Nada a razão do meu pranto

 

Mas no terreiro da vida

O jantar serve de ceia

E mesmo a dor mais sentida

Dá lugar à chamateia

 

REFRÃO

 

Oh meu bem

Oh chamarrita

Meu alento, vai e vem

Vou embarcar nesta dança

Sapateia, oh meu bem

 

 

Se sapateia não der

para acalmar minha alma inquieta

estou p’ró que der e vier

nas voltas da chamarrita

 

chamarrita sapateia

eu quero é contradizer

o aperto desta bruma

que às vezes me quer vencer

 

REFRÃO

 

Oh meu bem

Oh chamarrita

Sapateia, vai e vem

14.MANHÃ CINZENTA

Ai madrugada pálida e sombria

Em que deixei a terra de meus pais...

E aquele adeus que a voz do mar trazia

Dum lenço branco, a acenar no cais...

 

O meu veleiro - era de espuma fria -

Levava-o o furor dos vendavais.

À passagem gritavam-me: onde vais?

Mas só o meu veleiro respondia.

 

Cruzei o mar em direcções diferentes.

Por quantas terras fui, por quantas gentes,

Nesta longa viagem que não finda.

 

Só uma estrada resta – mais nenhuma

Na ilha que o passado envolve em bruma,

Um lenço branco que me acena ainda...

17.CANÇÃO DO SALMÃO

Carlos Alberto Moniz/José Fanha

 

O salmão veio a nadar

lá desde o meio do mar

sobe o rio contra a corrente

vê-se bem que tem de ter

muita força e muito querer

até chegar à nascente

 

A fugir aos predadores

aos pequenos e aos maiores

vai ao fundo e vem à tona

e ao vê-lo assim correr

toda a gente há-de dizer

vai ganhar a maratona

 

REFRÃO

 

Força força salmãozinho

nunca te deixes cansar

sobe o rio sobe que sobe

nunca te deixes cansar

hás-de acabar por chegar

Esta prova é uma aflição

pede força e mais pulmão

e o salmão segue e não falha

a subir a mergulhar

salta pedras sem parar

vai ganhar uma medalha

 

Já cansado de nadar

de correr e de saltar

quando chega ao seu destino

só lhe falta p'ra acabar

pôr os ovos e esperar

ver nascer os seus meninos

 

(REFRÃO)

 

O Salmão veio morrer

ao lugar que viu nascer

água clara claro brilho

foi um tempo que acabou

e outro tempo começou

que é o tempo dos seus filhos

 

Os pequenos vão nadar

rio abaixo até ao mar

para voltarem crescidinhos

e a aventura dos salmões

recomeça aos tropeções

com os novos salmõezinhos

 

(REFRÃO)

3.NAVEGAR O TEU CORPO

Carlos Alberto Moniz/Álamo Oliveira

 

bater à porta do teu corpo e aguardar

que o meu sorriso rode a chave do teu peito

o teu desejo no sofá para repousar

desperta a minha febre e eu sem jeito

 

despir-te as sombras que te vestem cor de faia

vê-las cair como poema que se escreve

depois abrir o fecho eclair da tua saia

e assim sentir-te como lava quente e breve

 

tocar-te leve como gaivota suspensa

medir as costas com a boca dos meus dedos

e conhecer o aroma dessa flor imensa

que eu descubro no teu ventre de segredos

 

vou navegar na geografia do teu corpo

saber-te os mares onde posso naufragar

rasgar as ondas que me levam para o porto

que é esta paz que se derrama em teu olhar

 

REFRÃO

 

Dizer-te meu amor como te amo

Meu amor, meu amor

Dizer-te meu amor como te amo

Meu amor, meu amor

sentir-te nua como ilha em mar aberto

pousar a língua sobre a pele da tua orelha

ferrar-te os dentes no teu ombro descoberto

beijar-te crua como bagos de groselha

 

chamar-te trevo bago sonho vela feno

guardar nas mãos à forma quente dos teus seios

beber a água desse teu olhar sereno

depois prender-te para sempre e sem rodeios

 

REFRÃO

 

Dizer-te meu amor como te amo

Meu amor, meu amor

Dizer-te meu amor como te amo

Meu amor, meu amor

 

Dizer-te meu amor

6.CANÇÃO PARA JOSÉ DA LATA

Carlos Alberto Moniz/Álamo Oliveira

 

livre como um potro na luzerna,

de erva enfeitou os seus cabelos

fez da vida inteira um barco a remos

com ternura nos artelhos!

 

de charamba e bravos pelo ombro,

cantou, com o peito, a ilha nua.

fez com que o sol namorasse a lua.

deste povo, foi assombro.

fez com que o sol namorasse a lua.

 

da sua alegria fez viola

que tocou no adro da tristeza.

da sua poesia, a camisola

que serviu à nossa mesa.

da sua poesia, a camisola

que serviu à nossa mesa.

 

REFRÃO

 

foi sorriso aberto,

mar e flor,

campo de erva fresca,

bailador!

foi pastor de estrelas,

pão de bodo;

foi poeta-ilha,

voz do povo!

 

foi sorriso aberto,

mar e flor,

campo de erva fresca,

bailador!

foi pastor de estrelas,

pão de bodo;

foi poeta-ilha,

voz do povo!

 

namorou a ilha à maré-cheia,

deu-lhe um ramo ardente de boninas

nossa dor bailou, em sapateia,

de galochas pequeninas.

nossa dor bailou, em sapateia,

de galochas pequeninas.

 

andou nas touradas e brianças,

bailou nos terreiros (que maravilha!).

foi mestre da vida e das danças

Zé da lata é esta ilha!

foi mestre da vida e das danças

Zé da lata é esta ilha!

 

REFRÃO

 

Zé da lata é esta ilha!

9.OS HOMENS DO CANAL

Victor Rui Dores/Carlos Alberto Moniz

 

Lobos do mar, marinheiros

Sois filhos de baleeiros

A navegar no canal...

Homens que não têm idade

A vossa boa vontade

Rima Pico com Faial!

 

Cinco milhas de distância

De aventuras e errância

Nas voltas da solidão...

Nas refregas da viagem

Vou partir p’rá outra margem

Em balanços de emoção!

 

REFRÃO

 

A fazer a travessia

Quer de noite, quer de dia

P’ra vós não há temporal...

Com mar “rofe”, com bonança

Vossa lancha sempre avança

Para a ilha do Faial!

 

Para salvar uma vida

Há viagem garantida

E um sorriso fraternal!

Pela vossa valentia

P’la coragem e ousadia

Sois os Homens do Canal

Minhas mágoas são tamanhas

Estas ondas são montanhas

Que desabam nos brandais...

Ai mau tempo no mar alto

Passageiros, sobressalto

Vagas que varrem o cais...

 

Mestres de um saber antigo

Um jeito de ser amigo

Nas andanças deste mar!

Proa à vaga, ilha em frente

No Cruzeiro desta gente

Estamos já quase a chegar.

 

REFRÃO

12.VERDELHO DOS BISCOITOS

Carlos Alberto Moniz/Vasco Pereira da Costa

 

REFRÃO

 

Oh Verdelho companheiro

Fruto do vento e da lava

Festeiro

Gerado

Gerado na terra brava

 

Oh Verdelho vinho amigo

Bem espremido no lagar

Abrigo

De amores

De amores da terra e do mar

Chega o Verdelho à mesa

Seco apurado e honesto

Fica no gosto a certeza

Que vale a vida este gesto

 

Azul do céu, verdes tantos

Cinzento, lilás de lume

Negros de noites de encanto

Inventam o teu perfume

 

REFRÃO

 

Aromas de sol sons de oiro

Luz festiva de alegria

És verdadeiro tesoiro

Riqueza da Confraria

 

Oh prezado amigo velho

Que estás bem à nossa beira

Oh companheiro Verdelho

Dos Biscoitos da Terceira.

15.O CAFÉ

Carlos Alberto Moniz/José Jorge Letria

 

sou um grande viajante

pelas rotas deste mundo

já fui turco e brasileiro

ganhei fama e dinheiro

e fui negócio profundo

 

esta minha de tez morena

tem um travo um paladar

que fez de mim um tesouro

valioso como ouro

do Recife ao Malabar

 

enchi porões de navios

ainda vi a escravatura

aos países dei riqueza

nunca perdi a certeza

de nascer para a aventura

 

vi piratas e almirantes

nas rotas do oceano

nos imensos cafezais

prometi-lhes sempre mais

sem os levar ao engano

 

REFRÃO

 

e é por isso que eu tenho

uma história p’ra contar

que não cabe numa bica

há sempre muito que fica

para mais tarde relatar

 

Portugal entra na história

que aqui cantando se narra

uma história viajante

aventureira e galante

com tempero de guitarra

Fui leal e generoso

ao cumprir a minha sina

e no verão ou no outono

se alguns privei do sono

a culpa foi da cafeína

 

vindo da matriz da terra

fiz-me logo universal

sou a bica bem tirada

numa chávena escaldada

com aroma tropical

 

Às vezes até pergunto

a vossa vida o que seria

se eu me aposentasse

e esta planta secasse

assim da noite para o dia

 

REFRÃO

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